A representante da i9, Priscila T. M. Miguel, realizou, no dia 12 de agosto, uma visita ao Brasília Fab Lab, no Distrito Federal. O objetivo foi conhecer o espaço e como funciona a estrutura para possível instalação de um projeto semelhante em Uberlândia-MG. 

O Fab Lab é uma oficina de fabricação digital, um pequeno espaço equipado com ferramentas inovadoras e computadores de diversos materiais e tamanhos que fazem de tudo ou quase tudo. Além de computadores, no local encontram-se outras máquinas eletrônicas que ajudam a desenvolver diversos produtos, como as impressoras 3D. Nesse local vale de tudo e a criatividade é que manda.

'Um Fab Lab visa o espírito criativo, inovador e empreendedor das pessoas, é um laboratório de inovação que desenvolve protótipos de muitos produtos para a indústria.

É um espaço em que pessoas de diversas áreas se reúnem para realizar projetos de fabricação digital de forma colaborativa. Isso tem tudo a ver com o trabalho desenvolvido pela i9 e a nossa intenção é estudar a viabilidade desse projeto para a nossa área de atuação%u201D, explica Priscila Miguel.

A rede Fab Lab iniciou há 10 anos, quando Neil Gershenfeld, professor do MIT e diretor do Centre of Bits and Atoms, começou a lecionar o curso 'How To Make (almost) Everything%u201D [Como fazer quase de tudo, em tradução livre]. A princípio as aulas eram direcionadas apenas para um pequeno grupo de alunos, mas, para a surpresa de Neil, centenas deles apareceram. O professor, então, percebeu que a maior motivação dessas pessoas era produzir aquilo que elas sempre sonharam, mas que nunca existiu. O prazer estava em fabricar as coisas com as suas próprias mãos, em criar com o coração. Não por menos, universidades, instituições e pessoas do mundo inteiro se identificaram com a causa e assim nasceu a rede Fab Lab.

No Brasil, existem 11 Fab Labs associados à Fab Lab Brasil Network: o de Brasília, um em Belém, um em Cuiabá, um em Porto Alegre, um em Recife, um em Florianópolis, um em Curitiba, um no Rio de Janeiro e três em São Paulo.

 

 

O Brasília Fab Lab foi fundado em 2014 pelo designer de produto Guilherme Vargas Garcia com os sócios Bruno Amui e André Leal.

 

O investimento inicial foi de cerca de R$ 80 mil. Foram os próprios fundadores que construíram a maior parte das máquinas hoje disponível no Fab Lab. 'Nós estávamos cursando a Faculdade, quando percebemos a necessidade de criar um espaço onde as pessoas pudessem colocar em prática suas ideias. Então, pensamos que montar o Fab Lab seria uma maneira de mostrar a importância de existir um laboratório como esse e contribuir de alguma forma com a sociedade%u201D, afirma Bruno Amui.

 

O espaço oferece cursos, sedia eventos de inovação e dá suporte a empreendedores mensalistas que têm a necessidade de utilizar o espaço. Nas sextas-feiras, das 16 às 18 horas, o Brasília Fab Lab é aberto aos visitantes que podem usar o espaço gratuitamente.

 

Entre os frequentadores do Brasília Fab Lab há pessoas de diversas idades, desde aquelas interessadas em montar barcos e colocá-los para navegar no lago Paranoá até empreendedores que querem criar protótipos de produtos.

 

Na avaliação de Amui, um dos obstáculos que o Fab Lab encontra no Brasil é que as pessoas acham legal, mas não têm comprometimento com o projeto até o fim. Não têm energia para enfrentar as dificuldades. 'Nós temos muitas barreiras de entrada e por isso o Fab Lab no Brasil é diferente dos que existem lá fora.  No exterior, tem uma cultura mais enraizada do 'faça você mesmo%u2019, os materiais são mais acessíveis e de melhor qualidade o que motiva mais os usuários dos espaços%u201D, justifica.

Para Amui, o que motiva a manter o Fab Lab é a importância social que o espaço tem para a comunidade, bem como o desafio de atrair ideias, capacitar pessoas e contribuir com a criação de produtos e projetos inovadores.