Mês dos namorados reacende alerta sobre relacionamentos abusivos

 






Psicóloga reforça que amor não é
controle nem dor



Os dados da 10ª edição da Pesquisa Nacional de Violência
contra a Mulher, realizada pelo Instituto de Pesquisa DataSenado, divulgada em 2024, informa que 30% das
brasileiras relataram ter sofrido algum tipo de violência doméstica ou familiar
provocada por um homem. Já os casos de violência psicológica ainda são
subnotificados, mas representativos. Segundo uma publicação no site do Conselho Nacional de Justiça %u2013 CNJ, até setembro de
2024, tramitavam, no Brasil, quase 12 mil processos de violência psicológica %u2013
tipo de agressão emocional que nem sempre deixa marcas visíveis, mas que pode
destruir a autoestima e a identidade da vítima. Especialistas chamam atenção para
esse problema, especialmente durante o mês dos namorados, quando declarações de
afeto podem esconder relações marcadas pelo abuso emocional.



Segundo a psicóloga da Hapvida, Lua Helena Moon Martins
Cardoso, muitos relacionamentos abusivos começam de forma silenciosa, com
comportamentos disfarçados de cuidado.'A vítima passa a se sentir insegura
para falar o que pensa, começa a repensar suas atitudes e perde, aos poucos, a
liberdade de ser quem é. Quando frases como 'você está exagerando%u2019 ou 'foi só
uma brincadeira%u2019 se repetem demais, é sinal de que algo está errado', explica.



O ciclo de abuso psicológico costuma envolver manipulação,
controle emocional e chantagens afetivas. De acordo com a especialista, isso
torna a identificação e o rompimento ainda mais difíceis. 'O agressor alterna
entre machucar e pedir desculpas. Ele promete mudanças, declara amor, e isso
gera esperança de que as coisas vão melhorar. A vítima não é fraca, mas está
presa em um ciclo emocional complexo, que exige apoio e orientação para ser
rompido', afirma Lua Helena.



Ainda segundo a psicóloga, os impactos de um relacionamento
abusivo vão além do fim da relação. Muitas mulheres relatam dificuldades para
se reconectar com a própria identidade. 'Elas saem emocionalmente esgotadas,
sem saber mais quem são, o que gostam ou desejam para si. Esse vazio pode
resultar em quadros de ansiedade, depressão e até crises de pânico. Por isso, é
fundamental acolher essas pessoas com escuta empática e sem julgamento'.



A especialista também chama atenção para o fato de que
algumas pessoas são mais vulneráveis a esse tipo de dinâmica. 'Quem cresceu com
baixa autoestima ou carência afetiva pode ser atraído por frases que parecem
amorosas, mas escondem dependência e controle, como 'só eu te amo de verdade%u2019
ou 'sem mim você não é nada%u2019. Essas falas tocam em feridas emocionais antigas e
reforçam a dominação', alerta.



Em datas comemorativas como o Dia dos Namorados, a psicóloga
reforça a importância de refletir sobre o que é um amor saudável.
'Relacionamentos saudáveis não causam medo, confusão ou tristeza constante.
Amor de verdade dá liberdade, segurança e espaço para o outro crescer. Se você
precisa se anular para ser amada, talvez seja hora de olhar para isso com
carinho e buscar ajuda'.



 

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